terça-feira, 19 de março de 2013

Silent Hill: Revelation 3D (2012) / Uma crítica MUITO sincera..


 Estou de volta depois de um certo tempo sumido (cadê a novidade, né? haha), enfim, com a crítica do segundo filme baseado ("baseado", nem isso deveria esta aqui) na famosa franquia de games Silent Hill, da qual todos sabem que sou um enorme fã. O filme foi lançado no ano passado (2012), em meados de Outubro nos EUA para apimentar o Halloween, tá bom, pura jogada de marketing, mas tudo bem, quem pode culpá-los por utilizarem-se desta estratégia? Normal. No final isso só ajuda mesmo, quer dizer, com este filme nem isto ajudou. Agora eu entendo porquê não estreou logo em outros países, e em muitos foi direto para o DVD/Blu-ray: o filme é MUITO RUIM. Na verdade eu nem precisava tecer uma crítica, vocês já sabem que irei detonar mesmo, mas eu tenho que falar, pois mexeram com minha Silent Hill (hahaha), então vamos lá.

 Para começar, vou falar do primeiro filme baseado na franquia, o 'Silent Hill' (pelo menos foi só Silent Hill, e não Silent Hill: O Começo Do Mal Que Veio Do Inferno). Se gostei? Olha, meu estado de espírito para com este longa metragem é bem controverso, mas admito que aprendi a aceitá-lo. De uma forma ou de outra, mesmo sendo uma porcaria em termos de "contar a história presente nos games" (e de conter a famíla "da Silva", que não entendo até hoje!), conseguiu o essencial: manter a ambientalização e o clima da nossa old-but-gold Silent Hill. Mas mesmo assim, eu não o recomendo, porque, para mim, é muito cansativo e se extende demais num roteiro barato que fez uma salada mista entre os contextos de quase todos os games da série. Para mim, serve para nada. Mas estou aqui para analisar a sequência do dito-cujo, não é? Então lá vai.

 O Silent Hill: Revelation 3D vem cair no nosso pobre mundo como uma bomba não anunciada, pois mesmo com todo o marketing eles não fizeram o principal: dizer que estamos prestes a ver uma grande porcaria cinematográfica. Primeiro que de 'Revelation' não tem nada, porque nem se revelar uma grande cagada isso fez, já que eu até esperava algo do tipo. E segundo que eu poderia até ter aproveitado o 3D, mas não vi no cinema, então esquece, hahaha. Para mim foi uma total perda de tempo, e vamos agora aos porquês, de fato.

 Esse segundo filme, pelo menos para quem conhece a franquia de games, soube (através dos trailers) que o universo/personagens/roteiro seria baseado inteiramente no game Silent Hill 3, pelo menos isso era o que tudo indicava. Estávamos vendo, durante todo o período de marketing, a Heather (protagonista de Silent Hill 3), seu pai desesperado (tá bom que não era o Harry, era o demente do primeiro filme "da Silva", mas o contexto era o mesmo), a seita, a Claudia, o famoso "parquinho sangrento" (Silent Hill Amusement Park), etc. Eu esperava que, pelo menos, se ateriam a isso. Tudo bem que eu esperava uma ligação forçada com o primeiro longa e blábláblá, mas forçaram a barra demais, e foi aí que derraparam feio. A queda foi tão brusca que acabaram morrendo e, provavelmente, se perderam eternamente na neblina de Silent Hill. Até a metade do filme, mesmo vendo aquela salada de fruta estragada, eu ainda esperava ver algo, não sei, mas eu tenho esperanças demais às vezes. Mas é óbvio que a causa era 'Silent Hill, e eu não queria aceitar que tinham feito essa desgraça. Tinham um elenco de primeira, tinham um diretor que poderia ter evoluído depois do primeiro longa, tinham trailers muito chamativos que aparentava uma maquiagem e efeitos fantásticos, e o principal, tinham um roteiro REVELAÇÃO nas mãos. Porque, agora falando dos games em si, o Silent Hill 3 É o jogo onde toda a história criada no macabro universo tem o seu grandioso final. Não que a série tenha acabado, claro que não, mas em Silent Hill 1 temos um roteiro incrível que nos deixa mergulhados em inúmeras perguntas, o Silent Hill 2 conta com outro protagonista e outra história, e o 3 acaba por retomar a história do 1 e a encerra, de uma maneira brilhante (pelo menos eu achei). O meu jogo favorito da série é o 2, mas admito que o 3 é incrível. É a prova de que um roteiro maquiavélico a la LOST pode ser encerrado da forma certa. E, novamente, deixo claro que (nos games) não acaba tudo no 3, o terceiro game apenas encerra a história da Alessa (e seu protagonismo com a criação do universo de Silent Hill), mas acho que atualmente todos já sabem que cada Silent Hill conta com um protagonista diferente com seus diferentes roteiros. A única coisa compartilhada é a cidade de Silent Hill, o lugar onde cada um tem uma experiência diferente, já que esta torna real seus pesadelos.

 Agora, voltando ao filme-decepção, você verá tudo aquilo que falei que os trailers mostram. Tem a Heather (que na verdade é Sharon da Silva, que na verdade já fora chamada de Mary...ahhh, deixa pra lá, porque nesta parte eu ri alto), tem o papai desorientado (o fadado Sean Bean, que ÓH!, ele não morreu, milagreeee!), tem o parquinho que virou...playground de feira no meio do mato com os famosos coelhos rosa (que nos jogos são tão significativos). Enfim, você vê tudo isto, mas na hora de colocar tudo junto, é como já falei, a salada vira papa pisada, o resultado é grotesco. O papel que deram para o detetive (que no jogo acaba por ter um papel importantíssimo) foi tão ridículo que deu dó, afinal foi pegar um ótimo personagem e jogar pelo ralo. Aí criaram um papel infame pro já famoso Kit Harington (o 'Snow' de Game of Thrones), e acharam que isso taparia a leva de buracos do roteiro diabólico. Para mim isso só foi pior, e nem contarei o porquê, afinal acho que muitos ainda irão ver o filme (gente teimosa é o que não falta, haha), e seria um big spoiler. Mas acho também que este foi um dos big mistakes do filme, se garantir em elenco. Já virou clichéd, mas continua ocorrendo, as pessoas se garantem que o filme vai render somente porque tem nomes estrelados, mas não adianta isso se o personagem que eles interpretam foi TÃO mal escrito. Esqueçam, não dá. Isso é querer milagre. Talvez, neste caso, se tivessem deixado os atores/atrizes criarem suas próprias falas não ficaria tão feio (piadinha infame).

 Ainda sobre os personagens, vem agora o que deveria ser a cereja do bolo: a Claudia. Não falarei sobre o que este nome representa desde o primeiro game da franquia, mas digo que no 3, com sua aparição tão memorável e suas intenções maquiavélicas e intrigantes, ela acaba em muitos momentos roubando a cena. Estou falando do jogo, ok? Por favor, hahahah. No filme, pegaram esta personagem, moeram, pisaram, tentaram emplastificar, e jogaram tudo no colo da coitada da Carrie-Anne Moss. Olha, deu pena, demais. Ela ainda tenta fazer a dança do macaco doido naquele roteiro sem eira nem beira, mas não adianta. Ah, tem também o icônico Pyramid Head, sobre o qual eu já falei outras vezes em outros posts, que nem deveria estar nestes filmes, afinal, ele é uma criação da perturbada mente do protagonista do segundo game, que eu também já falei, não é interligado nem com o 1 ou o 3, é totalmente paralelo (pode-se considerar uma interligação com o 4, e olhe lá!), aí vem este segundo filme, o coloca novamente numa lixeira sem fundo e ainda faz ele virar um "anjo da guarda", pelo amor de Deus! Só não foi pior do que ver o Nemesis chorar nas nojentas adaptações de Resident Evil pro cinema, outra coisa que digo para passarem longe. E o final (Óh! Dios mio. O final que no terceiro game era tão memorável), parece que você comprou uma lata de leite condensado em promoção, chegou em casa correndo pra abri-la e quando o faz percebe que lá dentro estava cheio de cinzas. Foi uma desilusão.

 Eu ainda farei uma análise dos games da série aqui, porque estes (tá bom, até o 4), merecem muitos elogios, e aí sim vocês verão o que eu quis dizer com tudo isto e o quão absurdo e improvável é pegar um roteiro grandioso e criar filmes mais rasos que...sei lá o quê. E creio que fui muito bonzinho com o "rasos", é ruim mesmo e pronto. Agora, se você ainda quer perder seu precioso tempo e ver esta conspiração do mal contra o seu cérebro, vá em frente, só não conte com meu apoio. Eu avisei. Até a próxima!

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