Resolvi trazer algo interessante que, admito, já é notícia velha, mas coisas legais nunca deixam de ser legais (peraí, não é bem assim....mas bah!). Enfim, imaginem o universo conspiratório e cheio de intrigas internacionais de 'Tintin' em meio aos tormentos abissais do mundo de H.P. Lovecraft. Claro, isso é impossível. Na verdade não, pelo menos na mente do artista inglês Murray Groat. E que bom que ele reimaginou os cenários visitados pelo tão famoso jornalista/detetive desta forma, porque isto tudo é simplesmente genial. Vamos às possíveis obras. Se elas existissem, obviamente. E só para deixar claro, a arte é do artista inglês, mas as possíveis sinopses das obras são de minha autoria. Certo? Resolvi divagar um pouco e até parodiar com as próprias histórias de Lovecraft que inspiraram o artista a interligá-las com o mundo de Tintin através de seus desenhos. Achei que poderia ser divertido, e realmente foi! Admito que ri bastante comigo mesmo. Espero que gostem!
Acima você pode ver Tintim descobrindo, em meio às congelantes montanhas da Antártida, os malfadados ídolos de pedra e possíveis cavernas antes habitadas por uma raça de seres indescritíveis, ou melhor, os Grandes Antigos (se você captou algo meio 'Prometheus' aqui, também serve, pois Ridley Scott copiou utilizou muita coisa lovecraftiana no filme, certo? hehe). Imaginem Milú desesperado, como sempre, tentando alertar a anta do Tintin que algo está para acontecer, mas o jornalista, sem ligar, acaba caindo num mar de pesadelos e revelações que podem colocar um fim em sua vida, ou talvez de sua sanidade. Isto seria 'Tintin nas Montanhas da Loucura'!
E agora? Tintin visitando a famosa Universidade do Miskatonic e, do nada, se depara com bizarras criaturas que, aparentemente, não são deste mundo. O Capitão Haddock, como sempre, bebarrão, acha que tudo não passou de uma ressaca e insiste para Tintin que a culpa foi toda daquelas bebidas estranhas que ele "achou" jogadas em antigos armários do imenso laboratório da Miskatonic. Milú, percebendo (claro!) que tudo é bem real, tenta avisar ao seu dono, em vão. Tintin acaba se ferrando, como sempre, e é preso numa cela escura por um estranho professor de literatura da Universidade, que insiste que o jornalista não é humano, de forma alguma. Será que Tintin conseguirá sair dessa? Só imaginando para crer (hahahaha). Isto seria 'Tintin e um Sussurro nas Trevas'!
Agora, Tintin acaba no futuro (do nada!), e se vê preso a uma máquina que loucamente transfere sua mente para corpos de estranhos seres do passado. Na Terra, depois do sumiço repentino de Tintin (deixando para trás Milú, coitado) o Capitão Haddock acaba achando um estranho objeto no quarto do jornalista ao investigar a casa do mesmo. Claro, quem indicou o objeto para ele foi o Milú! Óh, novidade. Com seus latidos estridentes. Imediatamente Haddock vai falar com o Professor Girassol e mostra para ele o objeto encontrado. Este constata imediatamente que o objeto na forma de cubo pertence a uma raça de seres chamada Yith. Tudo se complica, pois, segundo Girassol, eles possuem uma tecnologia muito avançada que os fazem viajar para qualquer lugar no tempo e espaço. Porém aquele cubo pode ser a resposta para encontrar o jornalista azarado. E agora, o que será de 'Tintin e A Sombra Vinda do Tempo'?!
Aqui, o protagonista acaba sendo o Capitão Haddock, que decide (loucamente) participar da bizarra experiência de um cientista chamado Crawford Tillinghast. O cientista, desesperado, pois não conseguia encontrar cobaias para o seu mortal experimento, decide mentir e dizer que o mesmo é a possível cura para a dependência do álcool. Haddock, que havia discutido com Tintin depois que o próprio o encontra numa vala suja no meio da noite muito alcoolizado, decide participar da milagrosa intervenção. O cientista acaba prendendo o Capitão e forçando-o a participar de intensas exposições às ondas de ressonância emitidas pela sua máquina diabólica, que, nada mais é, do que uma forma de abrir uma passagem no interior de sua mente, fazendo com que ele enxergue planos de outros mundos. Mas isso não é tudo. A máquina acaba sendo também um portal para seres abissais adormecidos que somente aguardavam passagem livre para o nosso Plano. Milú, que havia seguido o Capitão, tenta alertar Tintin, mas como sempre em vão. Tudo parece perdido em 'Tintin Do Além'!
Tintin, durante uma longa viagem até à casa dos seus pais (vai que eles existam! haha), acaba deparando-se com um estranho rapaz pedindo ajuda no meio da estrada. Este parece estar fraco e muito pálido, mal conseguindo se aguentar de pé. O jovem acaba definhando nos braços do jornalista, mas antes balbucia uma enigmática mensagem para Tintin: "Os mortos estão voltando. Ele conseguiu!". Como sempre, muito (MUUUITO) curioso, o jornalista acaba descobrindo um tipo de laboratório nas proximidades de onde encontrou o agora moribundo rapaz, claro, com a ajuda de Milú, que farejou rapidamente o local através do cheiro presente nas roupas do defunto da estrada. Como quem não quer nada, porém querendo até demais, Tintin adentra o laboratório e lá acaba descobrindo pilhas de cadáveres, alguns abertos, outros drasticamente costurados, e decide que é hora de agir. Chamando a polícia? Claro que não. Esperando sorrateiramente o dono do misterioso local! O que acontecerá? Nem vou dizer, né? Isso tudo em 'Tintin e o Reanimator'!
O Capitão Haddock decide convidar Tintin para um cruzeiro. Cruzeiro este que o Capitão insiste ser o mais maravilhoso e barato que possa existir na face da Terra. O jornalista, obviamente, não querendo perder a oportunidade de um passeio grátis, aceita o convite, sem antes perguntar o destino do incrível cruzeiro. Milú começa logo a latir desesperadamente pressentindo algo ruim enquanto o jornalista arruma as suas malas, mas como sempre, em vão. Tintin acaricia a cabeça do cachorro e sorri (Milú, procure outro dono!). Cantarolando, Tintin segue em direção ao cruzeiro, levando Milú consigo (ele teve que engaiolar o cachorro, pois este não queria ir de jeito algum). Tudo parece ir às mil maravilhas, e o cruzeiro realmente é tudo o que dizia no panfleto "Magnífico e inesquecível!". Tintin só não conseguia entender o destino do cruzeiro que também estava escrito no panfleto: "Innsmouth, uma belíssima cidade costeira". Só podia ser erro de grafia. Um lugar com este nome não existe. Ou existe? Bem, isso era o que a dupla dinâmica e o coitado do Milú iriam descobrir, logo logo. Afinal, o cruzeiro era uma fachada para o plano diabólico de criaturas que mais pareciam seres marinhos bípedes e que viviam em terra. Não está fácil pra ninguém conseguir comida, né? Provavelmente foi o que os peixinhos terrestres pensaram. E tudo isto em 'Tintin e a Sombra de Innsmouth'!
Para encerrar, com o que poderia vir a ser a mais abissal jornada de Tintin, o Professor Girassol acaba criando uma máquina que ele diz poder "realizar qualquer sonho". Tintin e, logicamente, o Capitão Haddock, decidem experimentar a poderosa invenção. Girassol os acomoda no seu laboratório em assentos especiais com capacetes luminosos e os hipnotiza, pois este é o único meio de fazer com que a máquina funcione e possa "ler" os sonhos ativos, fazendo com que tudo possa ser gravado para, quando a pessoa acordar, possa assistir seu sonho se realizando. Simples assim. Tintin e Haddock ficaram muito decepcionados com a descoberta de que não iriam poder realizar realmente os seus sonhos, mas concordam em experimentar o invento do Girassol. Claro, tudo dá errado, e uma pane elétrica faz com que os sonhos do jornalista e do Capitão se unam num tenebroso pesadelo. Uma cidade labirinto repleta de construções abissais retangulares que parecem aflorar do fundo do mar e que não levam a canto algum, um odor infinito de morte e um ser reptiliano gigantesco com tentáculos enormes no lugar dos lábios transforma-se, literalmente, no pior encontro que Tintin poderia imaginar, afinal se o Professor Girassol não consertar logo a confusão, Cthulhu e sua cidade adormecida de R'lyeh irá ser o jazigo eterno da dupla. Talvez agora Milú possa viver em paz com outro dono em 'Tintin em R'lyeh'!
Enfim, pessoal, era isso. Espero que tenham gostado desta bizarrice lovecraftiana com altas doses de Hergé, pois eu realmente adorei formulá-las! Agradeço novamente (e muito!) ao criador destas artes, o artista inglês Murray Groat (http://muzski.deviantart.com/), pois permitiu que a minha imaginação aflorasse (hahahahaha). Abraços e até o próximo post!
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